segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Império contra-ataca



Diante da erupção dos processos políticos e sociais que desafiam a hegemonia americana na América latina a administração de Obama vem aprofundando estratégias herdades por Bush filho, dando ênfase na intervenção político-militar de forma aberta e encoberta em áreas consideradas de importância vital para o império. É certo que o Império norte americano conta com uma força tarefa que integra “governos clientes” como o de Álvaro Uribe na Colômbia e Felipe Calderõn no México.

A Atual estratégia regional foi desenhada pelo departamento de defesa durante o governo de Clinton. Sua primeira fase começou em 1999, quando o comando sul do pentágono teve que desmantelar a base Howard na zona do canal do Panamá e transferi-la para a Florida e Porto Rico. Isto obrigou a mudanças profundas na presença do Pentágono na América Latina. A nova alternativa foi a instalação de uma rede de bases militares denominadas de Centros Operativos avançados e na escolha da Colômbia como local.

Desenhadas como plataformas portáveis de inteligência em conexão imediata com o Centro Espacial de Guerra na Base da Força Aérea Schriever, Colorado Springs (Estados Unidos), as bases de Manta, sobre o Pacífico equatoriano; Comalapa, em El Salvador; Reina Beatriz em Arruba e Hato Rey no Caribe, tem funcionado como infra-estrutura de apoio na rota para as forças expedicionárias do Pentágono encarregadas da guerra contra a insurgência na região. Washington complementou sua nova estrutura militar com uma rede de 17 radares de largo alcance, como o que opera em Três Esquinas (Caquetá, Colômbia), e as bases em terra: Guantánamo em Cuba e Soto Cano, em Honduras, de onde opera a Força Tarefa Conjunta Bravo, a única do Comando Sul fora do território dos Estados Unidos, vinculada com as unidades secretas de Cerro La Mole e Swan Island, indispensáveis para o funcionamento da inteligência militar estadunidense na área.

Com Clinton começou a se ludibriar e mistura a luta contra as drogas como uma desculpa para a criação de bases para a guerra contra a insurgência. O conflito interno colombiano foi alimentado com denominações tais como narco-guerrilla e narco-terrorismo. Logo, a administração de Bush converteu o protótipo colombiano, basedo no paramilitarismo e terrorismo de Estado, em um produto de exportação. As bases FOL do Plano Colômbia servirão de modelo para a instalação de pequenas bases nos países vencidos do Afeganistão, e hoje a "democracia do esquadrão da morte" de Uribe aterrissa no México de Calderón, financiada por Estados Unidos, que, entre outros propósitos, busca consolidar um bloqueio de contenção militarizado diante dos processos de transformação social que se observa na Nicarágua, Honduras e El Salvador.

As medidas têm sido complementadas com operações encobertas do Pentágono e da Agencia Central de Inteligência, e as chamadas "guerras por intermediários" que fomentam a divisão e o separatismo na Bolívia, Venezuela e Equador. As ações clandestinas incluem técnicas de penetração como a captação de "aliados" internos mediando a corrupção ou a afinidade ideológica, que são utilizados como agentes provocadores, e que, como no caso das atividades separatistas na Bolívia, pode incluir ações de caráter paramilitar e campanhas de propaganda negra e intoxicação (des)informativa, que contam com apoio de grandes meios de informação controlado pelo poder privado.

Em 2008, o andamiaje militar de Washington foi reforçado com o relançamento da quarta Frota da armada de guerra, que incursiona agora nos oceanos Pacífico e Atlântico e nas águas marrons do interior da América Latina, numa aberta provocação ao Conselho de Defensa da União das Nações Sulamericanas (Unasur), integrada por 12 países da área.

Em sua fase atual, a estratégia de controle Obama/Clinton recorreu ao golpe de Estado em Honduras, diante da intenção de Manuel Zelaya de converter a base militar de Soto Cano em um aeroporto comercial. O presidente deposto pretendia seguir os passos de seu companheiro do Equador, Rafael Correa, que não renovou o contrato para a permanência dos Estados Unidos em Manta. Somada a Manta, a eventual perda de Soto Cano debilitava ainda mais a rede de bases FOL do Pentágono. No entanto, Washington já estava com as negociações secretas bem adiantadas com Álvaro Uribe para converter a Colômbia em seu grande trunfo militar no coração da América do sul, já mirando os hidrocarbornos da Venezuela, Equador e Bolívia, e os recursos da Amazônia.



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